quarta-feira, 8 de julho de 2009

Jornalismo copia e cola

Sabemos que com o advento da internet, muitas pessoas ficaram tentadas a “copiar” e “colar” textos sem mencionar os devidos autores. Tudo começou como uma fonte de pesquisa e logo monografias e trabalhos acadêmicos passaram a ser plagiados sem nenhuma identificação da fonte bibliográfica.

A prática se estendeu ao jornalismo e tem se tornado comum ler em agências de notícias e jornais impressos textos completamente transcritos de outros veículos de comunicação sem o crédito dos autores. Algumas vezes, aparece o nome do autor, mas não é deixado claro que se trata de uma transcrição de material publicado antes em outro veículo, dando a entender que a pessoa que escreveu o texto é colaborador do jornal ou colunista.

É ainda mais grave quando, além de ser copiado, o texto vem assinado por outra pessoa, que sequer apurou as informações e nem sabe se são verdadeiras.

Na última semana, o Comunique-se publicou uma notícia de que uma jornalista recém-formada havia transcrito em um jornal do Estado de Tocantins uma crítica sobre o filme Transformers 2, publicada no site Omelete. A repórter teria apenas acrescentado uma frase ao final e assinado o texto com o nome dela. O jornal teve que publicar uma retratação e pedir desculpas aos leitores e ao autor da matéria.

Há alguns meses, um estudante irlandês preparou uma armadilha para importantes jornais e revistas internacionais, ao acrescentar na Wikipedia informações falsas ao perfil do compositor Maurice Jarre, morto em março deste ano.

O estudante queria fazer uma experiência, ao mostrar o perigo de não checar as informações divulgadas na internet. Vários jornalistas visitaram o site para fazer pesquisas, copiaram os dados e publicaram as informações erradas. Um mês depois, como o engano não havia sido percebido pelos órgãos de imprensa, o estudante enviou e-mails informando suas vítimas que a informação publicada era falsa.

Por sorte, meus textos nunca foram publicados por outros veículos, inclusive estrangeiros, sem a minha assinatura.

Essa é a diferença do bom jornalismo!



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