segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Por que conhecer a "Cidade do Sol"?

Depois de tomar banhos gelados nas cachoeiras da Chapada dos Veadeiros, no centro-oeste do Brasil, segui para o nordeste do país, em busca de águas de temperaturas mais amenas.

Passei a segunda etapa das minhas férias na "Cidade do Sol". Eu não sabia, mas Natal, capital do Rio Grande do Norte, é chamada assim por ser uma das localidades com o maior número de dias de Sol no Brasil, chegando a aproximadamente trezentos.

Logo descobri que a água do mar por lá é mais quente que a da Chapada, porém bem mais fria que a de algumas outras praias, como Alagoas. Mas a beleza natural, a simpatia e hospitalidade das pessoas e a ótima gastronomia local, me deixaram com gosto de quero mais.

Em 15 dias, é possível conhecer todo o litoral norte e sul de Natal, fazer os passeios obrigatórios (como andar de buggy e ver os golfinhos na praia de Pipa) e ainda dar uma esticadinha até João Pessoa, só para ver o famoso e lindo pôr-do-sol na Praia do Jacaré.

Ao desembarcar no aeroporto de Natal, quem quiser economizar pode pegar um ônibus até as praias, no valor de R$ 9,00. No guichê de atendimento do aeroporto é possível obter um mapa da cidade e pedir informações sobre qual linha de ônibus pegar. Um táxi custa entre R$ 40,00 e R$ 50,00.
Foto: Praia de Ponta Negra - Morro do Careca

A praia mais freqüentada pelos turistas é Ponta Negra. É mais limpa, onde ficam alguns dos melhores restaurantes e bares, além de estar localizada próximo a shoppings e feiras. É em Ponta Negra que fica o Morro do Careca (um dos cartões postais de Natal).



Todo sábado à noite tem forró animado e de graça na feirinha de artesanato. A feirinha é um bom lugar para comprar lembrancinhas baratas. Cerca de um quilômetro à frente, há um shopping do artesanato de três andares, onde é possível encontrar as mesmas coisas e muitas outras variedades, só que a preços mais elevados.

No calçadão da praia há diversos quiosques de empresas oferecendo todo tipo de passeio. Os hotéis agendam o passeio para o hóspede, mas normalmente o valor total sai R$ 5,00 a mais por pessoa do que se for negociado diretamente com a empresa na praia, uma vez que os hotéis recebem uma taxa por isso. Mas é interessante pedir uma indicação no hotel para saber se a empresa é séria.

Começamos conhecendo o litoral norte de buggy. O passeio nas dunas de Genipabu é um dos mais bonitos e divertidos. Custa R$ 65,00 por pessoa e vale a pena! Saímos de manhã e retornamos de tardezinha. Antes de começar as manobras radicais paramos onde os buggies se reúnem para ver e tirar fotos com os dromedários. Só tirar foto mesmo, porque andar em cima do bicho custa R$ 30,00 por pessoa. Essa eu deixei para a próxima.

Foto: Genipabu










No passeio de buggy passamos por várias praias e encontramos vários rios pelo caminho. Atravessamos o rio Ceará-Mirim com o buggy em cima de uma jangada movida pela força do braço. E chegamos a lagoa de Pitangui para tomar banho e andar de caiaque.

Seguimos para a praia de Jacumã para andar de Aerobunda (esse é baratinho, R$ 7,00, e bem legal). Na praia de Muriú, passamos o resto da tarde no mar calmo, devido aos arrecifes, aguardando a hora de voltar para o hotel.
Uma dica: não faça passeio de buggy durante o fim de semana porque é quando as praias estão lotadas e é proibido fazer manobras radicais e aproveitar ao máximo como nos outros dias. As empresas não avisam isso aos turistas!

Foto: Praia de Maracajaú

No dia seguinte, fomos conhecer as piscinas naturais da praia de Maracajaú a 8 km da costa, próprias para mergulho. É mais interessante ir de lancha que de barco, por ser mais rápida e levar menos pessoas. O passeio fica em R$ 80,00.


Uma dica muito importante: verificar o horário em que a tábua de maré está baixa (de preferência 0,0), do contrário dá para ver pouquíssimos peixes. Quando eu fui, o guia nos levou primeiro a uma fazenda a duas horas de distância de Ponta Negra, para tomarmos banho de rio enquanto esperávamos a tábua de maré baixar. Não recomendo! A fazenda até é bonitinha, mas não tem nada para fazer, a correnteza do rio é forte, e acabamos chegando atrasados em Maracajaú, ou seja, vimos pouquíssimos peixes! (Só não fiquei tão chateada porque já fiz mergulhos melhores, como em Morro de São Paulo, na Bahia). Talvez tivesse sido melhor esquecer a fazenda e ter ido direto...

Foto: Praia do Cotovelo

Após esses passeios, decidimos alugar um carro para conhecer o
litoral sul. É bem mais barato e podemos descer em quantas praias quisermos. Seguimos a pista da Rota do Sol e chegamos a praia do Cotovelo, uma das mais bonitas, mas não muito freqüentada por turistas. Dá para conhecer o litoral sul em um dia, as praias são todas umas seguidas das outras.

Fotos: Cajueiro

Seguimos para Pirangi, onde fica o maior cajueiro do mundo, principal atração da cidade. A árvore centenária ocupa um quarteirão inteiro e produz quase 70 toneladas de frutos por temporada, por conta de uma anomalia que não a deixa parar de crescer.

É cobrada uma taxa de R$ 3,00 para entrar (com direito a meia-entrada para estudantes e idosos), incluído estacionamento e com direito a comer quantos cajus quiser (isso se estiver na época, claro, que é de dezembro a março).
Continuamos descendo. Passamos pelas praias de Búzios e Barra de Tabatinga, onde dá para tirar belas fotos no mirante.
Antes de viajar para a famosa e animada praia da Pipa, há duas horas de carro de Ponta Negra, saímos do litoral e entramos na cidade de Nísia Floresta para conhecer a única árvore da espécie baobá no Brasil (a mesma árvore do filme Madagascar). Dizem que ela inspirou Saint-Exupéry a escrever O Pequeno Príncipe...

Foto: Baobá

Sugiro passar pelo menos uma noite na Praia da Pipa. A praia é belíssima, cercada de falésias cobertas pela Mata Atlântica.

A noite é animada e os bares e restaurantes oferecem gastronomia e música de várias nacionalidades, o que atrai muitos estrangeiros, inclusive vários abriram negócios por lá.


Foto: Baía dos Golfinhos

Em Pipa, pagamos um passeio de barco para ir até a Baía dos Golfinhos. Vale a pena! Os golfinhos chegam tão próximo do barco que é possível nadar com eles. O passeio dura cerca de 40 minutos e custa R$ 30,00.



Dica: Vá de barco e pela manhã! É mais seguro que você vai vê-los, mais animado, tem bebida a bordo e música. Eu fiz o mesmo passeio de lancha, um dia antes, por volta das 2 horas da tarde, e os golfinhos já tinham ido embora... Mas eu sou persistente!

Foto: Praia do Amor

Nossa última parada no litoral sul foi a Praia do Amor, que ganhou esse nome por causa de seu desenho. Uma graça.




Por fim, separe um ou dois dias para ir a João Pessoa, na Paraíba. Vale a pena ver o pôr-do-sol na Praia do Jacaré. Alugando um carro, em duas horas e meia se chega lá, saindo de Ponta Negra.

Fotos: pôr-do-sol na Praia do Jacaré







Há anos, o músico Jurandy do Sax toca, diariamente, o bolero de Ravel ao saxofone, dentro de um barco, até o Sol se pôr. Sugiro chegar lá por volta das 17h30 porque os bares na beira do rio (a praia do Jacaré na verdade é uma praia de água doce) lotam para ver esse belo espetáculo.


Àqueles que gostaram das fotos e das dicas e quiserem conhecer de perto, desejo uma boa viagem e aproveitem tanto quanto eu!

terça-feira, 21 de julho de 2009

O paraíso é logo ali...

Após alguns anos sem férias, cá estou eu aproveitando-as, merecidamente...

Como eu havia mencionado, desisti de alguns planos e fiquei aqui pelo nosso Brasil mesmo, descobrindo belezas que eu não sabia que existiam.

Na primeira parte das férias, decidi pelo ecoturismo (soa politicamente correto... rsss). Na verdade, queria saber porque pessoas de todo o país e tantos estrangeiros voltam encantados da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Apesar de tão pertinho aqui de Brasília, fui pela primeira vez e o lugar (me perdoem o clichê) é realmente o paraíso! Quem acredita sabe que para entrar no paraíso é necessário muito esforço. E haja esforço! Principalmente para quem não é acostumado com esportes radicais, como eu...


À entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros os guias explicam as dificuldades que serão enfrentadas nas trilhas para chegar às cachoeiras.







Eu e o grupo de mochileiros caminhamos 5 Km (quase 2 horas) no meio do cerrado seco e duro (definição da minha irmã), debaixo de Sol quente, com subidas bastante íngremes, atravessando pontes que "balançam, mas não caem", fazendo escaladas.


Cansados, com sede e com fome, ao fim da caminhada estávamos nos canyons, pensando: "valeu a pena o esforço, chegamos ao paraíso!". As fotos falam por si.

Fotos: Canyon 2












Ficamos uns 40 minutos aproveitando a água gelada da cachoeira e seguimos por uma trilha ainda mais difícil para chegar a cachoeira Cariocas, mais bonita que a anterior.

Daí a importância de carregar na mochila pelo menos 3 litros de água e alguma comida para nos abastecermos antes da caminhada de volta (mais 2 horas).

No trajeto até a Cariocas, há partes em que é preciso descer as pedras sentado, para não escorregar e despencar lá embaixo. O guia está sempre orientando os aventureiros para evitar que dêem um passo em falso.

Fotos: Cariocas


















Ao todo, fiz nesse dia os 10 Km mais difíceis da minha vida, para minha surpresa. Só quando pulei de asa delta, há dois anos, senti a mesma sensação de saber que agora estou pronta para enfrentar qualquer desafio.

Também somente após esta viagem entendi o nome da cidade "Alto Paraíso". Não adianta tentar explicar para quem nunca esteve no local. Para entender o porquê da fama da Chapada e da vila São Jorge - porta de entrada para o parque, para as fazendas e para o Vale da Lua - só vendo com os próprios olhos.

Em nenhum outro lugar do Brasil e, quiçá do mundo, podemos avistar um céu como o da Vila São Jorge. Pena eu não ter conseguido fotografar, mas como todos dizem, está registrado em minha memória.

Se der para imaginar, pense em uma pintura de um céu onde não haja sequer um espaço com ausência de estrelas. Para onde quer que você olhe, 360 graus ao seu redor, lá estão elas, piscando, mostrando um universo imenso acima de nós. Para completar, me emocionei ao ver nessa noite duas estrelas cadentes e, claro, fiz meus pedidos.

À noite, sugiro um jantar no restaurante Lua de São Jorge, na vila de mesmo nome. A comida e o atendimento são ótimos, o ambiente é a luz de velas, com música ao vivo, e tem até um espaço com lareira e colchões para deitar e apreciar o ceú estrelado.

Foto: Lua de São Jorge


Eu estive ainda na fazenda Raizama, onde foi realizado o festival Moonstock, com apresentação de bandas da região e de Brasília. Lá, fizemos mais 6 Km de trilha.

Fotos: Fazenda Raizama


















Nesse passeio, apenas não encontrei os tão falados E.T.s e nem vi a lendária base onde pousam os ovnis mas, quem sabe, em uma próxima oportunidade.

Agora, é seguir com a segunda etapa das minhas férias!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fim do diploma deve modificar cursos de jornalismo

Fonte: Portal Imprensa » Últimas Notícias

Publicado em: 22/06/2009 08:54


Fim da exigência do diploma deve modificar cursos de jornalismo, dizem especialistas

Redação Portal IMPRENSA


A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em revoga a exigência do diploma no jornalismo deve modificar a estrutura das grades curriculares das escolas de ensino superior. No Ministério da Educação, um grupo de especialistas em comunicação discute alterações na prática do jornalismo dentro das faculdades e universidades do país.

Entre os projetos em estudo, está à volta do currículo generalista dos cursos de jornalismo, em que alunos cursavam matérias humanas comuns a outros cursos nos primeiros três anos, até que se opte pela especialização. A medida abriria portas para que alunos de outras áreas pudessem fazer jornalismo em um prazo menor de tempo.

Para o professor José Marques de Mello, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), a tendência no Brasil é para que se valorize os cursos de mestrados como forma de diferencial, assim como ocorre nos EUA. O jornalista, porém, ainda acredita na formação generalista dos profissionais, que seriam responsáveis por fazer com que os jornais ampliem seu público de atuação.

Já na avaliação de José Luiz Proença, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), o fim da exigência não deve diminuir a adesão de alunos nas instituições de ensino de jornalismo. "No tempo anterior à obrigatoriedade, os cursos já tinham procura", diz o professor, acrescentando que a exigência da graduação na imprensa foi iniciada por lei em 1969.

Carlos Costa, coordenador de jornalismo da Cásper Líbero, acredita que os cursos chamados de "excelência" na área continuarão a ser diferenciais na formação de profissionais. "Quem tem talento e quiser ser um bom jornalista vai aproveitar muito se escolher um bom curso", disse.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Comissão da Câmara debate nesta quinta exigência do diploma para jornalista

Depois do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) protocolar no Senado a PEC que exige o diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista, é a vez de a Câmara dos Deputados também aderir à causa.

Nesta quarta-feira (8), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou a Proposta de Emenda à Constituição 386/2009, que visa restituir a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão no Brasil.

A matéria recebeu 191 assinaturas, 20 além do necessário para tramitar na Câmara dos Deputados.

No dia 17 de junho, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a exigência do diploma.

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados realiza amanhã (9) audiência pública para debater o tema.

O encontro contará com a presença de ministros, jornalistas e professores de Comunicação Social. Devem estar presentes ainda o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes e o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo.

Jornalismo copia e cola

Sabemos que com o advento da internet, muitas pessoas ficaram tentadas a “copiar” e “colar” textos sem mencionar os devidos autores. Tudo começou como uma fonte de pesquisa e logo monografias e trabalhos acadêmicos passaram a ser plagiados sem nenhuma identificação da fonte bibliográfica.

A prática se estendeu ao jornalismo e tem se tornado comum ler em agências de notícias e jornais impressos textos completamente transcritos de outros veículos de comunicação sem o crédito dos autores. Algumas vezes, aparece o nome do autor, mas não é deixado claro que se trata de uma transcrição de material publicado antes em outro veículo, dando a entender que a pessoa que escreveu o texto é colaborador do jornal ou colunista.

É ainda mais grave quando, além de ser copiado, o texto vem assinado por outra pessoa, que sequer apurou as informações e nem sabe se são verdadeiras.

Na última semana, o Comunique-se publicou uma notícia de que uma jornalista recém-formada havia transcrito em um jornal do Estado de Tocantins uma crítica sobre o filme Transformers 2, publicada no site Omelete. A repórter teria apenas acrescentado uma frase ao final e assinado o texto com o nome dela. O jornal teve que publicar uma retratação e pedir desculpas aos leitores e ao autor da matéria.

Há alguns meses, um estudante irlandês preparou uma armadilha para importantes jornais e revistas internacionais, ao acrescentar na Wikipedia informações falsas ao perfil do compositor Maurice Jarre, morto em março deste ano.

O estudante queria fazer uma experiência, ao mostrar o perigo de não checar as informações divulgadas na internet. Vários jornalistas visitaram o site para fazer pesquisas, copiaram os dados e publicaram as informações erradas. Um mês depois, como o engano não havia sido percebido pelos órgãos de imprensa, o estudante enviou e-mails informando suas vítimas que a informação publicada era falsa.

Por sorte, meus textos nunca foram publicados por outros veículos, inclusive estrangeiros, sem a minha assinatura.

Essa é a diferença do bom jornalismo!



terça-feira, 7 de julho de 2009

Quem vence essa batalha? Parte II

Pessoal,

Para quem está acompanhando o assunto, começou a tramitar no Senado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que exige o diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista.

Foram colhidas 50 assinaturas de senadores, 23 a mais do que o necessário.

O autor da PEC, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), informou que o próximo passo é acionar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que realize uma audiência pública com a participação de todos os interessados no tema: entidades empresariais, estudantes, professores e representantes de jornalistas.

Como o Supremo Tribunal Federal parece não ter observado que os colaboradores já têm espaço assegurado para a livre manifestação de pensamento, o senador Valadares fez questão de acrescentar à PEC um parágrafo único que torna facultativa a exigência do diploma para colaboradores.

Assim, a exigência do diploma seria mantida com o acréscimo de um artigo à Constituição, o 220A, estabelecendo que o exercício da profissão de jornalista é privativo de portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo.

Sigo acompanhando a batalha, com a esperança de que o jornalismo continue a ser feito por quem entende de questões fundamentais, como ética profissional, imparcialidade, defesa dos direitos do cidadão e dos princípios constitucionais.

terça-feira, 30 de junho de 2009

PEC do diploma X STF: Quem vence essa batalha?

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que exige o diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista deve ser apresentada até esta quarta-feira, 1º de julho.

De autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), a emenda precisa ser aprovada por três quintos dos senadores em dois turnos, o que corresponde a 49 dos 81 votos. Mas, antes, terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Na avaliação do senador Valadares, a proposta não deve ser considerada inconstitucional porque é uma situação bastante similar à PEC da Verticalização Política. Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou que a aliança entre partidos nos Estados teria que obrigatoriamente ser estendida a todo o país, o Congresso Nacional conseguiu reverter a situação por meio de uma PEC.

Como bem afirmou o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, os ministros do STF não entendem que a liberdade de expressão não é comprometida pelo diploma e que não há exclusividade para os jornalistas no que se refere à manifestação do pensamento.

Cezar Brito apontou dois caminhos para reverter a decisão. Uma delas é a utilização de um instrumento jurídico chamado embargo de declaração, que pode ser utilizado quando são identificados pontos omissos, erros ou contradições durante o processo. No caso, não foi observado que os colaboradores já têm espaço previsto para a manifestação de pensamento. A outra saída é reverter a decisão por meio de uma ação embasada em novos fundamentos que convençam os ministros a mudarem de opinião.

Pela proposta do senador Valadares, será acrescentado um artigo à Constituição, o 220A, estabelecendo que o exercício da profissão de jornalista é privativo de portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo. Também haverá um parágrafo único tornando facultativa a exigência do diploma para colaboradores.

O Ministério da Educação criou uma comissão para rever o currículo dos cursos de jornalismo e deve recomendar a criação de mestrados profissionais, conforme anunciou o coordenador da comissão, professor José Marques de Melo.

Esse tipo de curso parece ser a saída para universitários de outras áreas que pretendem atuar como jornalistas, após o STF acabar com a exigência de diploma para o exercício da profissão.

Enquanto isso, a internet está sendo usada para “ensinar” técnicas jornalísticas a internautas, por meio de blogs, sites e até do recente twitter.

Resta-nos aguardar...


PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2009

Acrescenta o art. 220-A à Constituição Federal, paradispor sobre a exigência do diploma de cursosuperior de comunicação social, habilitaçãojornalismo, para o exercício da profissão de jornalista.


As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:


Art. 1º A Constituição Federal, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 220-A:


Art. 220-A O exercício da profissão de jornalista é privativo do portador de diploma de curso superior de comunicação social, com habilitação em jornalismo, expedido por curso reconhecido pelo Ministério da Educação, nos termos da lei.


Parágrafo único. A exigência do diploma a que se refere o caput é facultativa:


I – ao colaborador, assim entendido aquele que, sem relação de emprego, produz trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado com a sua especialização, para ser divulgado com o nome e qualificação do autor;


II – aos jornalistas provisionados que já tenham obtido registro profissional regular perante o Ministério do Trabalho e Emprego.


Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vermelho garante vitória em Festival de Parintins

Terminou hoje, com a vitória do boi Garantido, o 44º Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores festas regionais do Brasil. Reconhecido internacionalmente, pode ser comparado ao carnaval do Rio de Janeiro, tamanha a superprodução envolvendo carros alegóricos e fantasias.

Encantei-me pela cultura da região e pela magia dos bois-bumbá

quando estive na cidade de Parintins em 2003, acompanhando a viagem de Lula, primeiro presidente da República a assistir ao espetáculo realizado na pequena ilha a 400 quilômetros de Manaus.

Na ocasião, os bois-bumbás rivais Caprichoso, representado pela cor azul, e Garantido, pela cor vermelha, quebraram uma tradição de 38 anos e entraram juntos pela primeira vez, no Bumbódromo, para prestar uma homenagem de 15 minutos a Lula.

A simplicidade do povo ribeirinho, seus “causos”, a comida típica, os traços culturais, dão a Parintins uma dinâmica própria. A ilha é talvez o único lugar do mundo onde pode-se ver a marca da patrocinadora Coca-Cola Brasil em azul. Isso porque tudo na cidade é representado em duas cores: parte em azul, a cor do boi-bumbá Caprichoso, e parte em vermelho, a cor do boi-bumbá rival Garantido.

A disputa entre os bois virou tradição na vida dos cerca de 100 mil moradores de Parintins, que se mobilizam todos os anos, desde 1965, para ver seu boi favorito vencer o festival.

Nos dias que antecedem a festa, começa o clima de agitação, com atividades intensas nas ruas e nos galpões onde são produzidas as alegorias para o desfile.

Na cidade, as casas, os postes de luz, os orelhões, vão, aos poucos, dividindo-se entre o azul e o vermelho.

Durante os três dias de festival, a população de Parintins duplica, chegando a quase duzentas mil pessoas.

Com pouca infra-estrutura, a oferta de hotéis e pensões se esgota rapidamente. Eu e meus colegas chegamos à cidade sem reservas e tivemos a sorte de encontrar vaga em uma pensão simples, ainda com a pintura em fase de acabamento. No quarto ao lado, uma modelo internacional reclamava das acomodações.

Outro aspecto interessante de Parintins é o meio tradicional de

transporte. Grande parte dos moradores utiliza triciclos para se deslocar dentro da cidade e para ganhar a vida,
transportando passageiros e bagagens. Outra parte utiliza motos e bicicletas.

A vida na ilha é simples, mas não tem como negar que vale a pena passar três dias lá só para conviver com um povo de alegria e cordialidade contagiantes e para assistir a um espetáculo único capaz de retratar com grandiosidade a riqueza cultural da Amazônia.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Um menino por trás da máscara

Genial e polêmico, o Rei do Pop, Michael Jackson, é um desses superastros que parecem criar um mundo próprio para viver suas fantasias. O eterno menino que nunca cresceu influenciou toda uma geração dos anos 80, estilos musicais e comportamentais.

Quem hoje com 30, 40 anos de idade, não se lembra de ter acompanhado suas coreografias, em especial o "moonwalk"?

Suas roupas, seu modo de vida, suas transformações, moldaram o personagem construído para esconder uma infância e uma adolescência problemáticas. O gênio da música pop começou a carreira aos 5 anos de idade e, como toda criança-prodígio, perdeu-se mais tarde, envolvido em escandâ-los. Foi acusado de abusar sexualmente de um menino de 13 anos, mas a investigação foi encerrada por falta de evidências.

Michael Jackson, morto hoje aos 50 anos, mantinha 39 instituições de caridade a crianças em todo o mundo.

Além das cirurgias plásticas, houve rumores de que ele dormia numa câmara de oxigênio para não envelhecer. Em busca da juventude eterna, o personagem saiu de controle e o gênio acabou destruindo sua carreira.

De comportamento estravagante, era no Rancho Neverland (Terra do Nunca) que o astro podia viver seu conto de fadas e sentir-se o próprio Peter Pan. Após 20 anos, a propriedade foi vendida para pagar dívidas.

Michael Jackson possivelmente será eternizado como o Elvis Presley do pop.

Seu videoclipe campeão de vendas "Thriller" revolucionou a
história da música pela inovação estética e enredo de
curta-metragem. Perfeccionista, escolheu grandes diretores para seus sucessos. John Landis, diretor de O lobisomem americano em Londres, dirigiu "Thriller", lançado em 1982. O videoclipe de "Bad", lançado em 1987, foi dirigido pelo mestre do cinema Martin Scorsese.

terça-feira, 23 de junho de 2009

México depois da gripe...


As férias de julho estão chegando e, provavelmente, muitas viagens que estavam programadas para o exterior terão que ser adiadas por conta da gripe suína (ou A H1N1).

A Argentina, que estava justamente na minha lista de opções é, junto com o Chile, o principal foco de infecção de turistas brasileiros. Por via das dúvidas, acho que seguirei a recomendação feita hoje pelo Ministério da Saúde para evitar viagens aos dois países.

Não sobram muitas opções na América do Sul. Subindo no mapa, pensei em voltar ao México, mas sendo o epicentro da doença, também não acho boa idéia.

Aliás, atualmente está difícil definir um lugar seguro para passar férias. Para chegar até a Europa, precisamos sobrevoar a mesma região onde aconteceu o acidente com o Airbus da Air France e onde, quase que diariamente, aeronaves têm passado por turbulências deixando passageiros feridos em pleno vôo.

Ainda sobram Estados Unidos, Canadá e Austrália, mas estes, junto com o México, estão na lista de países com transmissão sustentada da Organização Mundial de Saúde.

Nessa procura por um destino, lembrei de minha ida ao México, há alguns anos, para cobrir a Cúpula Extraordinária das Américas. Estavam presentes, além do nosso presidente da República, chefes de Estado de 34 países, unidos por um discurso de combate à pobreza no mundo.

Na verdade, fiquei em Monterrey, uma pacata cidade de 400 anos, ao norte do país. Sempre que viajo, sinto que deveria voltar ao mesmo lugar para conhecê-lo melhor e descobrir peculiaridades que me fazem pensar no Brasil. O cenário me lembrou muito o Rio de Janeiro.

Apesar do frio de um inverno de 5 graus de madrugada e 17 graus durante o dia, me senti em casa, em Monterrey, no meio daquelas ruas desertas, prédios antigos, casas e igrejas tombadas pelo patrimônio histórico e, ao fundo, um cenário de montanhas onde se podia avistar a favela conhecida como Colônia Independência, ao redor da zona central.

Me chamou a atenção o contraste de vida da população, similar ao que se vê no Brasil. Se em Monterrey não há muito luxo, a 15 minutos dali o município de San Pedro apresenta algumas das mais belas residências do México, onde vivem políticos, empresários e onde a parcela da população de alta renda mantém suas casas de fim de semana.

Ainda não decidi para onde vou, mas incluí o México na minha lista de lugares interessantes para visitar, depois que passar essa epidemia de gripe.

domingo, 21 de junho de 2009

E por falar em criatividade ...

A maioria das pessoas se julga pouco criativa. E há motivos que as levam a pensar dessa forma: bloqueios emocionais, culturais e alguns mitos que vão sendo ensinados.

Passamos parte de nossa vida ouvindo de nossa família, em nossa escola, no trabalho, na igreja, e em tantas outras instituições de nossa sociedade: “não vai dar certo, as pessoas vão deixar de me admirar se eu fizer tal coisa, não serei valorizado, o pessoal é resistente a inovações, são as normas da empresa, sempre fizemos desta forma...”.

Objeções como essas vão podando nosso potencial criativo. Ouvimos falar que criatividade é um dom dos gênios, característica de pessoas desorganizadas, diferentes ou pouco sérias. Mas isso não é verdade.

Podemos ilustrar esse assunto com três historinhas.


Se colocarmos um falcão em um cercado de um metro quadrado,
inteiramente aberto por cima, você sabe o que acontece?

O pássaro, apesar de sua incrível habilidade de voar, será um prisioneiro absoluto! E a razão é porque um falcão sempre
começa seu vôo com uma pequena corrida em terra. E, sem espaço para correr, como é seu hábito, nem tentará voar.

Agora, o que acontece se um zangão cair em um pote aberto?

Provavelmente ficará lá até morrer, a menos que seja removido. E o motivo é porque ele nunca vê os meios de fuga no alto, mas persiste em tentar encontrar uma saída pelos lados próximos ao fundo, procurando uma maneira onde não existe nenhuma.



E o morcego, o que acontece se o colocarmos em um piso completamente plano?

Ora, sabemos que o morcego é uma criatura notavelmente ágil no ar, que voa durante a noite. Tudo o que conseguirá fazer será andar de forma confusa, até que alcance alguma ligeira elevação de onde poderá se jogar ao ar.

À nossa volta, vemos muitas pessoas que agem como o falcão, o zangão ou o morcego. Esforçam-se na luta contra todos os seus problemas e frustrações, não percebendo que a resposta certa está logo "acima" delas.

Ora, o ser humano não precisa ser como um falcão, incapaz de alterar sua rotina, nem como um zangão, incapaz de enxergar outras maneiras além da que parece ser a única.

É somente por meio da criatividade que conseguimos inovar, ampliar o círculo de influências, criar algo inédito a partir de uma ou várias idéias.

As pessoas que se destacam em qualquer área são aquelas que não se acomodam, que descobrem formas de melhorar o que já existe. Profissionais criativos são dotados de curiosidade. Ao receberem uma tarefa, não se contentam em fazer apenas o que se espera dele. Pelo contrário, querem saber por que estão fazendo aquilo e como seu trabalho irá repercutir em outras áreas.

O ser humano é inacabado, está sempre em processo de desenvolvimento, e por isso, precisamos observar e perceber as mudanças à nossa volta.

Dez mandamentos do empreendedor de sucesso:



01 - TENHA INICIATIVA E CURIOSIDADE para transformar oportunidades em produtos ou negócios inovadores

02 - SEJA PERSISTENTE NAS METAS E FLEXÍVEL NAS ESTRATÉGIAS. As estratégias mudam com as circunstâncias.

03 - CALCULE OS RISCOS. O empreendedor não está em busca de aventuras e sim de resultados.

04 - PERSIGA SEMPRE A MÁXIMA EFICIÊNCIA. O desafio é exceder padrões de qualidade com menores custos.

05 - COMPROMETA-SE COM SEUS PROJETOS. Dedicação e responsabilidade são investimentos.

06 - ESTUDE O MERCADO. Conheça as necessidades dos clientes, competência dos concorrentes e condições dos fornecedores.

07 - ESTABELEÇA METAS de curto, médio e longo prazo.

08 - FAÇA UM PLANO DE NEGÓCIOS. Para alcançar um sonho, é preciso projetar hoje onde se quer chegar no futuro, enxergando o caminho a ser percorrido e seus obstáculos.

09 - DESENVOLVA SEU ESPÍRITO DE LIDERANÇA. Forme redes de contatos.

10 - ACREDITE EM VOCÊ. Um empreendedor faz dos erros uma oportunidade para se tornar melhor.

sábado, 20 de junho de 2009

Alguns homens vêem as coisas como são,
e perguntam:
"Por quê?"
Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto:
Por que não?

George Bernard Shaw (escritor, jornalista e dramaturgo irlandês)






O sucesso empresarial é um jogo de xadrez


Deixando um pouco o jornalismo de lado, passemos ao empreendedorismo. Quantas vezes nos surpreendemos tendo idéias fantásticas, originais, sonhando em criar ou transformar coisas ao nosso redor. E quando elas surgem não sabemos muito bem como levá-las a sério e torná-las reais.

As palavras de Bernard Shaw traduzem a essência do espírito empreendedor, da atitude de inquietação, ousadia e proatividade que algumas pessoas têm com o mundo que as cerca.

Um empreendedor é alguém que sabe aonde, quando e como chegar na busca da sua realização pessoal, de sua família, empresa ou comunidade e, uma vez definidos os seus sonhos, ele estabelece objetivos e os transforma em metas para serem alcançadas daqui a dez anos, cinco anos, um ano, seis meses, um mês e... até para o dia seguinte.

Mas para um objetivo se transformar em meta, é necessário saber aonde se quer chegar, quando e como quer chegar. É preciso responder a algumas perguntas: porque essa meta é importante, como vou atingi-la, quanto tempo vou gastar, vou conseguir executá-la no tempo e da forma propostos?

Quando começamos a pensar nessas respostas, começamos a planejar e traçar estratégias para colocar nossa meta em prática.

Como em um jogo de xadrez, o sucesso empresarial vai depender da sua habilidade de planejar e utilizar estratégias. As estratégias são resultado do conhecimento sobre o jogo, sobre o adversário e, é claro, sobre você mesmo!

É importantíssima a capacidade do empreendedor de aprender permanentemente mais e mais coisas relacionadas à organização, seus clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes e funcionários. Para transformar idéias e oportunidades em empreendimentos de sucesso, é fundamental ser curioso, partilhar informações e conhecer, profundamente, os segredos que envolvem a atividade empresarial que se quer tocar, para que se consiga estabelecer metas em bases reais.

Colocar sonhos e idéias em prática exige planejamento, do contrário, não há como ter segurança de estar percorrendo o caminho certo. Planejar significa estabelecer prazos, objetivos e formas de realização; elaborar um cronograma de atividades, decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando, e quem deve fazer.

Mas um empreendedor não nasce feito. Assim como um bom atleta, o empreendedor tem de se esforçar para desenvolver a sua capacidade empreendedora. Ela é fruto de muito trabalho, determinação, coragem, ousadia e criatividade.

Por falar em criatividade, é ela que faz do brasileiro um povo empreendedor. Uma pesquisa do Sebrae revela que a maior parcela de empreendedores brasileiros é formada por pessoas com idade entre 25 e 44 anos, que têm de 5 a 11 anos de escolaridade. São pessoas que decidem abrir um negócio próprio por necessidade de sobrevivência ou por ter surgido uma boa oportunidade.

De cada 100 empresas no Brasil, 98 são micro e pequenas empresas, responsáveis por empregar mais da metade da mão-de-obra no país. E a presença da mulher no mercado de trabalho tem alterado o perfil dos empreendedores no Brasil. Segundo dados do SEBRAE, as mulheres têm 38% de participação nos empreendimentos que estão sendo criados no país.

Qualquer que seja o negócio, vai envolver diversos investimentos: energia pessoal, capacidade de trabalho, criatividade, talento e dinheiro. Portanto, é importante que você procure identificar boas oportunidades, que possam lhe garantir um merecido sucesso.

No mundo dos negócios, vários outros fatores são mais necessários que dinheiro e sorte, dentre eles, a iniciativa, a persistência, a organização e a vontade de vencer!

Acabaram com o diploma... Parte II

Olá,

Após postar meu primeiro artigo sobre o fim do diploma de jornalista, lembrei-me dos comentários de algumas colegas de redação ainda um pouco atordoadas com a notícia: “vou fazer culinária”, “vou fazer outro curso superior”, “agora vou ser atriz”.

Então lembrei também de um episódio de minha época de estágio de jornalismo, que poderia ter mudado minha vida... Ou melhor, minha profissão...

Eu mudei um pouco de lá pra cá, era mais magra e usava longos cabelos cacheados e castanhos. Foi meu segundo estágio, em uma redação de jornal. Eu era repórter de Cidades. Cheguei até a ter uma matéria publicada indicada ao prêmio da Andi – Agência de Notícias dos Direitos da Infância, mas não pude concorrer porque não era formada. Ou seja, não tinha curso superior nem diploma... Que agora não é mais necessário...

Mas voltando ao fato que ia mudar minha profissão... Sabe aqueles chefes que não podem ver uma estagiária? Pois era exatamente o meu. Tempos depois descobri que ele se referia a mim como sua nova aquisição!?

Então, um dia ele me chamou e disse que queria me apresentar uma amiga e que nós deveríamos conversar com ela em uma sala reservada, pois ela ia me fazer uma proposta muito boa. Fiquei um pouco desconfiada, mas fui.

A tal amiga era dona de uma agência de modelos e meu editor queria a todo custo que eu fosse trabalhar com ela. Tamanha foi minha surpresa, que acredito ter sido pouco cortês, ao afirmar com todas as letras: “Você sabe que estou fazendo estágio para ser jornalista, não modelo?”.

Anos depois, já formada, descobri que a tal amiga do meu chefe era dona de uma das maiores agências de modelos da cidade. E comecei a rir quando meus colegas jornalistas “com diploma” começaram a dizer: “vou fazer culinária”, “vou fazer outro curso superior”, “agora vou ser atriz”.

Eu pensei: “vou ser modelo!”.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Acabaram com o diploma... Mas e daí?

Queridos,

Inauguro este blog falando de um acontecimento que na última semana pegou de surpresa toda uma categoria de profissionais, causando, a princípio, uma apatia geral.

Vi jornalistas antigos e experientes indagando: “E agora, anularam minha vida!”. Vi jovens universitários e formandos se perguntando: “Por que passei todos esses anos estudando para obter um diploma e agora ele não serve para nada?”.

O fim da exigência de diploma para exercer a profissão de jornalista, anunciado pelo STF no último dia 17 de junho, fez gerações de profissionais irem dormir e acordarem no dia seguinte sem respostas enquanto seguiam para mais um dia de trabalho.

Eu tenho 11 anos de profissão e imagine se a partir de agora me perguntarem “o que você faz?”. Respondo: “Sou jornalista”. E a segunda pergunta vem automática: “com diploma ou sem diploma??”.

E que venham as piadas... Teoricamente, qualquer um agora é jornalista, segundo entendimento do STF, até que provem o contrário...

Piada mesmo, quem não achou foram aqueles pais que dão um duro danado para pagar a faculdade particular de seus filhos, aqueles jovens que precisam trabalhar para terminarem um curso superior que agora não vale nada, e aqueles já não tão jovens, que achavam que ter um diploma em pleno século XXI lhes daria melhores oportunidades no mercado de trabalho.

Então depois de muito pensar... Cheguei à seguinte conclusão: Acabaram com o diploma... Mas e daí?

Então, disse aos meus experientes colegas, que depois de tantos anos de profissão, com tantos conhecimentos teóricos, práticos e técnicos, curso de especialização, cursos de aperfeiçoamento, não tem porque achar que anularam minha vida. Pelo contrário, o mercado de trabalho que já estava difícil vai ficar ainda pior com tantos novos jornalistas “sem diploma”. Mas não para nós, que conquistamos, com mérito, nosso espaço.

O argumento de nossos ministros é que todos têm direito ao exercício pleno das liberdades de expressão e informação.

Acontece que nós, da categoria dos jornalistas “com diploma”, não passamos quatro anos e meio na faculdade apenas divagando sobre assuntos e expressando nossos ideais. Para isso, tem outras faculdades mais afins. Creio que exercer o jornalismo vai bem além de exercer a liberdade de expressão.

A minha faculdade e meus estágios, pelos quais os “novos jornalistas” infelizmente não terão a oportunidade de passar, me ensinaram coisas fundamentais, como ética profissional, deontologia jornalística (série de obrigações e deveres que regem a profissão), diferença de linguagem de cada veículo de comunicação, imparcialidade, ouvir os dois lados dos fatos, além de conhecimentos técnicos e em outras áreas, como Economia e Direito.

Agora, não só os ministros do STF, o Presidente da República, como biólogos, matemáticos, terapeutas, psicólogos, enfermeiros, copeiros e diaristas, podem passar a escrever matérias para jornais, revistas, websites, programas de TV e de rádio.

O presidente do STF, Gilmar Mendes, comparou a profissão de jornalista com a de cozinheiro, o que embora não seja desmerecedor, foi muito infeliz devido à tamanha falta de afinidade entre as duas profissões. Temos bons chefes de cozinha no Brasil, assim como temos bons profissionais em todas as áreas acima citadas.

Mas a conduta profissional do cozinheiro não está associada à boa redação, imparcialidade, veracidade dos fatos, ética, defesa dos direitos do cidadão e dos princípios constitucionais, já a do jornalista, sim. E essa conduta faz parte dos códigos e leis que regem a profissão, aprendidos nas salas de aula das faculdades.

Portanto, cada um no seu quadrado.