sábado, 20 de junho de 2009

Acabaram com o diploma... Parte II

Olá,

Após postar meu primeiro artigo sobre o fim do diploma de jornalista, lembrei-me dos comentários de algumas colegas de redação ainda um pouco atordoadas com a notícia: “vou fazer culinária”, “vou fazer outro curso superior”, “agora vou ser atriz”.

Então lembrei também de um episódio de minha época de estágio de jornalismo, que poderia ter mudado minha vida... Ou melhor, minha profissão...

Eu mudei um pouco de lá pra cá, era mais magra e usava longos cabelos cacheados e castanhos. Foi meu segundo estágio, em uma redação de jornal. Eu era repórter de Cidades. Cheguei até a ter uma matéria publicada indicada ao prêmio da Andi – Agência de Notícias dos Direitos da Infância, mas não pude concorrer porque não era formada. Ou seja, não tinha curso superior nem diploma... Que agora não é mais necessário...

Mas voltando ao fato que ia mudar minha profissão... Sabe aqueles chefes que não podem ver uma estagiária? Pois era exatamente o meu. Tempos depois descobri que ele se referia a mim como sua nova aquisição!?

Então, um dia ele me chamou e disse que queria me apresentar uma amiga e que nós deveríamos conversar com ela em uma sala reservada, pois ela ia me fazer uma proposta muito boa. Fiquei um pouco desconfiada, mas fui.

A tal amiga era dona de uma agência de modelos e meu editor queria a todo custo que eu fosse trabalhar com ela. Tamanha foi minha surpresa, que acredito ter sido pouco cortês, ao afirmar com todas as letras: “Você sabe que estou fazendo estágio para ser jornalista, não modelo?”.

Anos depois, já formada, descobri que a tal amiga do meu chefe era dona de uma das maiores agências de modelos da cidade. E comecei a rir quando meus colegas jornalistas “com diploma” começaram a dizer: “vou fazer culinária”, “vou fazer outro curso superior”, “agora vou ser atriz”.

Eu pensei: “vou ser modelo!”.

2 comentários:

  1. Nádia, você é chiquéééééérima. Que blog bem organizado, bem diagramado e bem escrito. Parabéns! A respeito do fim do diploma de jornalismo, podemos afirmar que o presidente do STF, Gilmar Mendes, não sabe distinguir liberdade de expressão, de investigação, apuração, checagem de fontes e redação de um texto jornalístico coerente e ético. Nas matérias jornalísticas há opiniões de pessoas de todos os matizes ideológicos, sociais e empresariais. Além disso, os jornais e revistas, por exemplo, abrem espaços para artigos de pessoas que têm algo a dizer, que despertam o debate com a sociedade. Só o ministro Gilmar não sabe disso. E vai querer dispensar diploma de advogados, contadores, economistas, psicólogos... Lourival Macêdo.

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  2. Lourival,

    Obrigadíssimo!!! Parabéns a você também pelo comentário, sempre muito bem posicionado, digno de um jornalista experiente e competente!!

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