segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vermelho garante vitória em Festival de Parintins

Terminou hoje, com a vitória do boi Garantido, o 44º Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores festas regionais do Brasil. Reconhecido internacionalmente, pode ser comparado ao carnaval do Rio de Janeiro, tamanha a superprodução envolvendo carros alegóricos e fantasias.

Encantei-me pela cultura da região e pela magia dos bois-bumbá

quando estive na cidade de Parintins em 2003, acompanhando a viagem de Lula, primeiro presidente da República a assistir ao espetáculo realizado na pequena ilha a 400 quilômetros de Manaus.

Na ocasião, os bois-bumbás rivais Caprichoso, representado pela cor azul, e Garantido, pela cor vermelha, quebraram uma tradição de 38 anos e entraram juntos pela primeira vez, no Bumbódromo, para prestar uma homenagem de 15 minutos a Lula.

A simplicidade do povo ribeirinho, seus “causos”, a comida típica, os traços culturais, dão a Parintins uma dinâmica própria. A ilha é talvez o único lugar do mundo onde pode-se ver a marca da patrocinadora Coca-Cola Brasil em azul. Isso porque tudo na cidade é representado em duas cores: parte em azul, a cor do boi-bumbá Caprichoso, e parte em vermelho, a cor do boi-bumbá rival Garantido.

A disputa entre os bois virou tradição na vida dos cerca de 100 mil moradores de Parintins, que se mobilizam todos os anos, desde 1965, para ver seu boi favorito vencer o festival.

Nos dias que antecedem a festa, começa o clima de agitação, com atividades intensas nas ruas e nos galpões onde são produzidas as alegorias para o desfile.

Na cidade, as casas, os postes de luz, os orelhões, vão, aos poucos, dividindo-se entre o azul e o vermelho.

Durante os três dias de festival, a população de Parintins duplica, chegando a quase duzentas mil pessoas.

Com pouca infra-estrutura, a oferta de hotéis e pensões se esgota rapidamente. Eu e meus colegas chegamos à cidade sem reservas e tivemos a sorte de encontrar vaga em uma pensão simples, ainda com a pintura em fase de acabamento. No quarto ao lado, uma modelo internacional reclamava das acomodações.

Outro aspecto interessante de Parintins é o meio tradicional de

transporte. Grande parte dos moradores utiliza triciclos para se deslocar dentro da cidade e para ganhar a vida,
transportando passageiros e bagagens. Outra parte utiliza motos e bicicletas.

A vida na ilha é simples, mas não tem como negar que vale a pena passar três dias lá só para conviver com um povo de alegria e cordialidade contagiantes e para assistir a um espetáculo único capaz de retratar com grandiosidade a riqueza cultural da Amazônia.

2 comentários:

  1. É ainda bem que vc conheceu minha cidade e viu que nós não somos selvagens, o mau das pessoas é acreditarem em tudo o que a rede globo diz, que blogs sem conteúdo apresentam, e ainda ficam falando que somos índios que animais passeiam entre nós etc. Mas parabéns, vc fez um ótimo trabalho, e pra completar vc visitou a ilha, continue assim falando só do que vc sabe parabéns.

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  2. Pois é, Junior, para criticar precisamos primeiro conhecer. E o que eu mais gosto é de viajar para ter contato com novas culturas e novos povos. Sempre aprendo muito. Obrigada.

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