segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Por que conhecer a "Cidade do Sol"?

Depois de tomar banhos gelados nas cachoeiras da Chapada dos Veadeiros, no centro-oeste do Brasil, segui para o nordeste do país, em busca de águas de temperaturas mais amenas.

Passei a segunda etapa das minhas férias na "Cidade do Sol". Eu não sabia, mas Natal, capital do Rio Grande do Norte, é chamada assim por ser uma das localidades com o maior número de dias de Sol no Brasil, chegando a aproximadamente trezentos.

Logo descobri que a água do mar por lá é mais quente que a da Chapada, porém bem mais fria que a de algumas outras praias, como Alagoas. Mas a beleza natural, a simpatia e hospitalidade das pessoas e a ótima gastronomia local, me deixaram com gosto de quero mais.

Em 15 dias, é possível conhecer todo o litoral norte e sul de Natal, fazer os passeios obrigatórios (como andar de buggy e ver os golfinhos na praia de Pipa) e ainda dar uma esticadinha até João Pessoa, só para ver o famoso e lindo pôr-do-sol na Praia do Jacaré.

Ao desembarcar no aeroporto de Natal, quem quiser economizar pode pegar um ônibus até as praias, no valor de R$ 9,00. No guichê de atendimento do aeroporto é possível obter um mapa da cidade e pedir informações sobre qual linha de ônibus pegar. Um táxi custa entre R$ 40,00 e R$ 50,00.
Foto: Praia de Ponta Negra - Morro do Careca

A praia mais freqüentada pelos turistas é Ponta Negra. É mais limpa, onde ficam alguns dos melhores restaurantes e bares, além de estar localizada próximo a shoppings e feiras. É em Ponta Negra que fica o Morro do Careca (um dos cartões postais de Natal).



Todo sábado à noite tem forró animado e de graça na feirinha de artesanato. A feirinha é um bom lugar para comprar lembrancinhas baratas. Cerca de um quilômetro à frente, há um shopping do artesanato de três andares, onde é possível encontrar as mesmas coisas e muitas outras variedades, só que a preços mais elevados.

No calçadão da praia há diversos quiosques de empresas oferecendo todo tipo de passeio. Os hotéis agendam o passeio para o hóspede, mas normalmente o valor total sai R$ 5,00 a mais por pessoa do que se for negociado diretamente com a empresa na praia, uma vez que os hotéis recebem uma taxa por isso. Mas é interessante pedir uma indicação no hotel para saber se a empresa é séria.

Começamos conhecendo o litoral norte de buggy. O passeio nas dunas de Genipabu é um dos mais bonitos e divertidos. Custa R$ 65,00 por pessoa e vale a pena! Saímos de manhã e retornamos de tardezinha. Antes de começar as manobras radicais paramos onde os buggies se reúnem para ver e tirar fotos com os dromedários. Só tirar foto mesmo, porque andar em cima do bicho custa R$ 30,00 por pessoa. Essa eu deixei para a próxima.

Foto: Genipabu










No passeio de buggy passamos por várias praias e encontramos vários rios pelo caminho. Atravessamos o rio Ceará-Mirim com o buggy em cima de uma jangada movida pela força do braço. E chegamos a lagoa de Pitangui para tomar banho e andar de caiaque.

Seguimos para a praia de Jacumã para andar de Aerobunda (esse é baratinho, R$ 7,00, e bem legal). Na praia de Muriú, passamos o resto da tarde no mar calmo, devido aos arrecifes, aguardando a hora de voltar para o hotel.
Uma dica: não faça passeio de buggy durante o fim de semana porque é quando as praias estão lotadas e é proibido fazer manobras radicais e aproveitar ao máximo como nos outros dias. As empresas não avisam isso aos turistas!

Foto: Praia de Maracajaú

No dia seguinte, fomos conhecer as piscinas naturais da praia de Maracajaú a 8 km da costa, próprias para mergulho. É mais interessante ir de lancha que de barco, por ser mais rápida e levar menos pessoas. O passeio fica em R$ 80,00.


Uma dica muito importante: verificar o horário em que a tábua de maré está baixa (de preferência 0,0), do contrário dá para ver pouquíssimos peixes. Quando eu fui, o guia nos levou primeiro a uma fazenda a duas horas de distância de Ponta Negra, para tomarmos banho de rio enquanto esperávamos a tábua de maré baixar. Não recomendo! A fazenda até é bonitinha, mas não tem nada para fazer, a correnteza do rio é forte, e acabamos chegando atrasados em Maracajaú, ou seja, vimos pouquíssimos peixes! (Só não fiquei tão chateada porque já fiz mergulhos melhores, como em Morro de São Paulo, na Bahia). Talvez tivesse sido melhor esquecer a fazenda e ter ido direto...

Foto: Praia do Cotovelo

Após esses passeios, decidimos alugar um carro para conhecer o
litoral sul. É bem mais barato e podemos descer em quantas praias quisermos. Seguimos a pista da Rota do Sol e chegamos a praia do Cotovelo, uma das mais bonitas, mas não muito freqüentada por turistas. Dá para conhecer o litoral sul em um dia, as praias são todas umas seguidas das outras.

Fotos: Cajueiro

Seguimos para Pirangi, onde fica o maior cajueiro do mundo, principal atração da cidade. A árvore centenária ocupa um quarteirão inteiro e produz quase 70 toneladas de frutos por temporada, por conta de uma anomalia que não a deixa parar de crescer.

É cobrada uma taxa de R$ 3,00 para entrar (com direito a meia-entrada para estudantes e idosos), incluído estacionamento e com direito a comer quantos cajus quiser (isso se estiver na época, claro, que é de dezembro a março).
Continuamos descendo. Passamos pelas praias de Búzios e Barra de Tabatinga, onde dá para tirar belas fotos no mirante.
Antes de viajar para a famosa e animada praia da Pipa, há duas horas de carro de Ponta Negra, saímos do litoral e entramos na cidade de Nísia Floresta para conhecer a única árvore da espécie baobá no Brasil (a mesma árvore do filme Madagascar). Dizem que ela inspirou Saint-Exupéry a escrever O Pequeno Príncipe...

Foto: Baobá

Sugiro passar pelo menos uma noite na Praia da Pipa. A praia é belíssima, cercada de falésias cobertas pela Mata Atlântica.

A noite é animada e os bares e restaurantes oferecem gastronomia e música de várias nacionalidades, o que atrai muitos estrangeiros, inclusive vários abriram negócios por lá.


Foto: Baía dos Golfinhos

Em Pipa, pagamos um passeio de barco para ir até a Baía dos Golfinhos. Vale a pena! Os golfinhos chegam tão próximo do barco que é possível nadar com eles. O passeio dura cerca de 40 minutos e custa R$ 30,00.



Dica: Vá de barco e pela manhã! É mais seguro que você vai vê-los, mais animado, tem bebida a bordo e música. Eu fiz o mesmo passeio de lancha, um dia antes, por volta das 2 horas da tarde, e os golfinhos já tinham ido embora... Mas eu sou persistente!

Foto: Praia do Amor

Nossa última parada no litoral sul foi a Praia do Amor, que ganhou esse nome por causa de seu desenho. Uma graça.




Por fim, separe um ou dois dias para ir a João Pessoa, na Paraíba. Vale a pena ver o pôr-do-sol na Praia do Jacaré. Alugando um carro, em duas horas e meia se chega lá, saindo de Ponta Negra.

Fotos: pôr-do-sol na Praia do Jacaré







Há anos, o músico Jurandy do Sax toca, diariamente, o bolero de Ravel ao saxofone, dentro de um barco, até o Sol se pôr. Sugiro chegar lá por volta das 17h30 porque os bares na beira do rio (a praia do Jacaré na verdade é uma praia de água doce) lotam para ver esse belo espetáculo.


Àqueles que gostaram das fotos e das dicas e quiserem conhecer de perto, desejo uma boa viagem e aproveitem tanto quanto eu!

terça-feira, 21 de julho de 2009

O paraíso é logo ali...

Após alguns anos sem férias, cá estou eu aproveitando-as, merecidamente...

Como eu havia mencionado, desisti de alguns planos e fiquei aqui pelo nosso Brasil mesmo, descobrindo belezas que eu não sabia que existiam.

Na primeira parte das férias, decidi pelo ecoturismo (soa politicamente correto... rsss). Na verdade, queria saber porque pessoas de todo o país e tantos estrangeiros voltam encantados da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Apesar de tão pertinho aqui de Brasília, fui pela primeira vez e o lugar (me perdoem o clichê) é realmente o paraíso! Quem acredita sabe que para entrar no paraíso é necessário muito esforço. E haja esforço! Principalmente para quem não é acostumado com esportes radicais, como eu...


À entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros os guias explicam as dificuldades que serão enfrentadas nas trilhas para chegar às cachoeiras.







Eu e o grupo de mochileiros caminhamos 5 Km (quase 2 horas) no meio do cerrado seco e duro (definição da minha irmã), debaixo de Sol quente, com subidas bastante íngremes, atravessando pontes que "balançam, mas não caem", fazendo escaladas.


Cansados, com sede e com fome, ao fim da caminhada estávamos nos canyons, pensando: "valeu a pena o esforço, chegamos ao paraíso!". As fotos falam por si.

Fotos: Canyon 2












Ficamos uns 40 minutos aproveitando a água gelada da cachoeira e seguimos por uma trilha ainda mais difícil para chegar a cachoeira Cariocas, mais bonita que a anterior.

Daí a importância de carregar na mochila pelo menos 3 litros de água e alguma comida para nos abastecermos antes da caminhada de volta (mais 2 horas).

No trajeto até a Cariocas, há partes em que é preciso descer as pedras sentado, para não escorregar e despencar lá embaixo. O guia está sempre orientando os aventureiros para evitar que dêem um passo em falso.

Fotos: Cariocas


















Ao todo, fiz nesse dia os 10 Km mais difíceis da minha vida, para minha surpresa. Só quando pulei de asa delta, há dois anos, senti a mesma sensação de saber que agora estou pronta para enfrentar qualquer desafio.

Também somente após esta viagem entendi o nome da cidade "Alto Paraíso". Não adianta tentar explicar para quem nunca esteve no local. Para entender o porquê da fama da Chapada e da vila São Jorge - porta de entrada para o parque, para as fazendas e para o Vale da Lua - só vendo com os próprios olhos.

Em nenhum outro lugar do Brasil e, quiçá do mundo, podemos avistar um céu como o da Vila São Jorge. Pena eu não ter conseguido fotografar, mas como todos dizem, está registrado em minha memória.

Se der para imaginar, pense em uma pintura de um céu onde não haja sequer um espaço com ausência de estrelas. Para onde quer que você olhe, 360 graus ao seu redor, lá estão elas, piscando, mostrando um universo imenso acima de nós. Para completar, me emocionei ao ver nessa noite duas estrelas cadentes e, claro, fiz meus pedidos.

À noite, sugiro um jantar no restaurante Lua de São Jorge, na vila de mesmo nome. A comida e o atendimento são ótimos, o ambiente é a luz de velas, com música ao vivo, e tem até um espaço com lareira e colchões para deitar e apreciar o ceú estrelado.

Foto: Lua de São Jorge


Eu estive ainda na fazenda Raizama, onde foi realizado o festival Moonstock, com apresentação de bandas da região e de Brasília. Lá, fizemos mais 6 Km de trilha.

Fotos: Fazenda Raizama


















Nesse passeio, apenas não encontrei os tão falados E.T.s e nem vi a lendária base onde pousam os ovnis mas, quem sabe, em uma próxima oportunidade.

Agora, é seguir com a segunda etapa das minhas férias!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fim do diploma deve modificar cursos de jornalismo

Fonte: Portal Imprensa » Últimas Notícias

Publicado em: 22/06/2009 08:54


Fim da exigência do diploma deve modificar cursos de jornalismo, dizem especialistas

Redação Portal IMPRENSA


A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em revoga a exigência do diploma no jornalismo deve modificar a estrutura das grades curriculares das escolas de ensino superior. No Ministério da Educação, um grupo de especialistas em comunicação discute alterações na prática do jornalismo dentro das faculdades e universidades do país.

Entre os projetos em estudo, está à volta do currículo generalista dos cursos de jornalismo, em que alunos cursavam matérias humanas comuns a outros cursos nos primeiros três anos, até que se opte pela especialização. A medida abriria portas para que alunos de outras áreas pudessem fazer jornalismo em um prazo menor de tempo.

Para o professor José Marques de Mello, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), a tendência no Brasil é para que se valorize os cursos de mestrados como forma de diferencial, assim como ocorre nos EUA. O jornalista, porém, ainda acredita na formação generalista dos profissionais, que seriam responsáveis por fazer com que os jornais ampliem seu público de atuação.

Já na avaliação de José Luiz Proença, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), o fim da exigência não deve diminuir a adesão de alunos nas instituições de ensino de jornalismo. "No tempo anterior à obrigatoriedade, os cursos já tinham procura", diz o professor, acrescentando que a exigência da graduação na imprensa foi iniciada por lei em 1969.

Carlos Costa, coordenador de jornalismo da Cásper Líbero, acredita que os cursos chamados de "excelência" na área continuarão a ser diferenciais na formação de profissionais. "Quem tem talento e quiser ser um bom jornalista vai aproveitar muito se escolher um bom curso", disse.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Comissão da Câmara debate nesta quinta exigência do diploma para jornalista

Depois do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) protocolar no Senado a PEC que exige o diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista, é a vez de a Câmara dos Deputados também aderir à causa.

Nesta quarta-feira (8), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou a Proposta de Emenda à Constituição 386/2009, que visa restituir a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão no Brasil.

A matéria recebeu 191 assinaturas, 20 além do necessário para tramitar na Câmara dos Deputados.

No dia 17 de junho, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a exigência do diploma.

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados realiza amanhã (9) audiência pública para debater o tema.

O encontro contará com a presença de ministros, jornalistas e professores de Comunicação Social. Devem estar presentes ainda o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes e o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo.

Jornalismo copia e cola

Sabemos que com o advento da internet, muitas pessoas ficaram tentadas a “copiar” e “colar” textos sem mencionar os devidos autores. Tudo começou como uma fonte de pesquisa e logo monografias e trabalhos acadêmicos passaram a ser plagiados sem nenhuma identificação da fonte bibliográfica.

A prática se estendeu ao jornalismo e tem se tornado comum ler em agências de notícias e jornais impressos textos completamente transcritos de outros veículos de comunicação sem o crédito dos autores. Algumas vezes, aparece o nome do autor, mas não é deixado claro que se trata de uma transcrição de material publicado antes em outro veículo, dando a entender que a pessoa que escreveu o texto é colaborador do jornal ou colunista.

É ainda mais grave quando, além de ser copiado, o texto vem assinado por outra pessoa, que sequer apurou as informações e nem sabe se são verdadeiras.

Na última semana, o Comunique-se publicou uma notícia de que uma jornalista recém-formada havia transcrito em um jornal do Estado de Tocantins uma crítica sobre o filme Transformers 2, publicada no site Omelete. A repórter teria apenas acrescentado uma frase ao final e assinado o texto com o nome dela. O jornal teve que publicar uma retratação e pedir desculpas aos leitores e ao autor da matéria.

Há alguns meses, um estudante irlandês preparou uma armadilha para importantes jornais e revistas internacionais, ao acrescentar na Wikipedia informações falsas ao perfil do compositor Maurice Jarre, morto em março deste ano.

O estudante queria fazer uma experiência, ao mostrar o perigo de não checar as informações divulgadas na internet. Vários jornalistas visitaram o site para fazer pesquisas, copiaram os dados e publicaram as informações erradas. Um mês depois, como o engano não havia sido percebido pelos órgãos de imprensa, o estudante enviou e-mails informando suas vítimas que a informação publicada era falsa.

Por sorte, meus textos nunca foram publicados por outros veículos, inclusive estrangeiros, sem a minha assinatura.

Essa é a diferença do bom jornalismo!



terça-feira, 7 de julho de 2009

Quem vence essa batalha? Parte II

Pessoal,

Para quem está acompanhando o assunto, começou a tramitar no Senado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que exige o diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista.

Foram colhidas 50 assinaturas de senadores, 23 a mais do que o necessário.

O autor da PEC, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), informou que o próximo passo é acionar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que realize uma audiência pública com a participação de todos os interessados no tema: entidades empresariais, estudantes, professores e representantes de jornalistas.

Como o Supremo Tribunal Federal parece não ter observado que os colaboradores já têm espaço assegurado para a livre manifestação de pensamento, o senador Valadares fez questão de acrescentar à PEC um parágrafo único que torna facultativa a exigência do diploma para colaboradores.

Assim, a exigência do diploma seria mantida com o acréscimo de um artigo à Constituição, o 220A, estabelecendo que o exercício da profissão de jornalista é privativo de portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo.

Sigo acompanhando a batalha, com a esperança de que o jornalismo continue a ser feito por quem entende de questões fundamentais, como ética profissional, imparcialidade, defesa dos direitos do cidadão e dos princípios constitucionais.

terça-feira, 30 de junho de 2009

PEC do diploma X STF: Quem vence essa batalha?

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que exige o diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista deve ser apresentada até esta quarta-feira, 1º de julho.

De autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), a emenda precisa ser aprovada por três quintos dos senadores em dois turnos, o que corresponde a 49 dos 81 votos. Mas, antes, terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Na avaliação do senador Valadares, a proposta não deve ser considerada inconstitucional porque é uma situação bastante similar à PEC da Verticalização Política. Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou que a aliança entre partidos nos Estados teria que obrigatoriamente ser estendida a todo o país, o Congresso Nacional conseguiu reverter a situação por meio de uma PEC.

Como bem afirmou o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, os ministros do STF não entendem que a liberdade de expressão não é comprometida pelo diploma e que não há exclusividade para os jornalistas no que se refere à manifestação do pensamento.

Cezar Brito apontou dois caminhos para reverter a decisão. Uma delas é a utilização de um instrumento jurídico chamado embargo de declaração, que pode ser utilizado quando são identificados pontos omissos, erros ou contradições durante o processo. No caso, não foi observado que os colaboradores já têm espaço previsto para a manifestação de pensamento. A outra saída é reverter a decisão por meio de uma ação embasada em novos fundamentos que convençam os ministros a mudarem de opinião.

Pela proposta do senador Valadares, será acrescentado um artigo à Constituição, o 220A, estabelecendo que o exercício da profissão de jornalista é privativo de portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo. Também haverá um parágrafo único tornando facultativa a exigência do diploma para colaboradores.

O Ministério da Educação criou uma comissão para rever o currículo dos cursos de jornalismo e deve recomendar a criação de mestrados profissionais, conforme anunciou o coordenador da comissão, professor José Marques de Melo.

Esse tipo de curso parece ser a saída para universitários de outras áreas que pretendem atuar como jornalistas, após o STF acabar com a exigência de diploma para o exercício da profissão.

Enquanto isso, a internet está sendo usada para “ensinar” técnicas jornalísticas a internautas, por meio de blogs, sites e até do recente twitter.

Resta-nos aguardar...


PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2009

Acrescenta o art. 220-A à Constituição Federal, paradispor sobre a exigência do diploma de cursosuperior de comunicação social, habilitaçãojornalismo, para o exercício da profissão de jornalista.


As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:


Art. 1º A Constituição Federal, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 220-A:


Art. 220-A O exercício da profissão de jornalista é privativo do portador de diploma de curso superior de comunicação social, com habilitação em jornalismo, expedido por curso reconhecido pelo Ministério da Educação, nos termos da lei.


Parágrafo único. A exigência do diploma a que se refere o caput é facultativa:


I – ao colaborador, assim entendido aquele que, sem relação de emprego, produz trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado com a sua especialização, para ser divulgado com o nome e qualificação do autor;


II – aos jornalistas provisionados que já tenham obtido registro profissional regular perante o Ministério do Trabalho e Emprego.


Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.